“Helder Luís, fotógrafo poveiro que também é designer e artista multimédia, já tinha lançado o livro “Sardinha, o sem fim da pesca do cerco”, no ano passado. Para tal, acompanhou pescadores do norte de Portugal, em dezenas de barcos. E foi nesse âmbito que se começou a desenhar nova obra, centrada numa única embarcação. “Rumo à Pesca — um barco, duas vidas, uma história” já está disponível.“
No dia 13 de Julho de 2024, pelas 16h, foi apresentado o livro “Rumo à Pesca — um barco, duas vidas, uma história na Biblioteca Municipal Rocha Peixoto na Póvoa de Varzim.
A sessão contou com a participação da Vereadora da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim Lucinda Amorim, que destacou a qualidade do trabalho do autor e a pertinência do tema num concelho onde a pesca sempre assumiu importância vital para a subsistência da comunidade e com o economista e especialista e consultor internacional em economia azul, Miguel Marques, que apresentou o autor e o tema. O almirante e professor universitário, António Silva Ribeiro, foi convidado a fazer parte da sessão e fez uma contribuição muito generosa, contextualizando o trabalho e o sector.
From Nature to all of us é uma oportunidade para conhecer melhor o meu trabalho, dedicado à investigação da essência intangível da “natureza”, materializado ao longo dos anos em diversos projetos, alguns dos quais ainda por concluir. Como o título sugere, as fotografias nesta exposição são apresentadas como um presente da natureza para todos nós, um convite à contemplação e reflexão sobre a nossa relação com o universo natural que nos envolve e do qual fazemos parte.
Fotografia da série “Floresta Encantada”
A palavra “natureza” acaba por ser uma ilusão linguística que nos engana ao sugerir uma separação entre nós e o mundo natural. Quando falamos de “natureza”, tendemos a imaginar florestas, oceanos e montanhas como entidades distintas e exteriores a nós. No entanto, esta distinção é artificial e ingénua, pois tudo é natureza. Nós somos natureza. Esta palavra, ao criar uma barreira imaginária, distancia-nos desse todo do qual fazemos parte. A verdadeira essência da natureza não reconhece fronteiras entre o humano e o não-humano. Cada ser vivo, cada elemento, desde o menor grão de areia até às vastas galáxias, é uma expressão da mesma força vital que nos anima. Ao utilizar a palavra “natureza”, corremos o risco de nos esquecermos que não somos apenas observadores externos. Bem pelo contrário, todos nós somos participantes ativos de um ecossistema maior do qual fazemos parte. A beleza e a harmonia do universo residem precisamente na ausência de separação, na unidade subjacente a toda a existência. Para os seguidores do taoismo, uma tradição filosófica chinesa antiga, a natureza é a concretização do Tao, a essência primordial que flui de maneira harmoniosa e que equilibra o universo. Reconhecer esta união subjacente a toda a existência é fundamental para uma relação mais profunda e respeitosa com o mundo que nos rodeia. No entanto, na nossa sociedade moderna, observamos uma constante erosão do belo. Esta erosão manifesta-se na forma como tratamos o ambiente, como se fosse algo alheio a nós e que podemos simultaneamente explorar e destruir impunemente.
A industrialização e o consumismo desenfreado têm contribuído para a degradação daquilo que é naturalmente belo. As florestas, que outrora se estendiam imponentes e intocadas, são agora cortadas e reduzidas a sombras do que foram. Os oceanos, vastos e misteriosos, estão repletos de plástico e poluição, sufocando a vida marinha que neles habita. A beleza natural, que devia ser venerada e protegida, é muitas vezes vista como um recurso a ser usurpado para benefício económico. Esta visão utilitarista do mundo natural ignora a sua intrínseca beleza e o seu valor espiritual. Em vez de aceitarmos que fazemos parte de um todo, posicionamo-nos como dominadores, como senhores de um reino que, na verdade, nunca poderemos controlar. Esta erosão do belo estende-se também às relações entre os seres humanos. Na busca incessante pelo progresso e inovação, demasiadas vezes negligenciamos a simplicidade e a profundidade das interações pessoais genuínas. A tecnologia, embora tenha o poder de nos unir, muitas vezes afasta-nos, criando barreiras invisíveis entre nós.
O livro “Rumo à Pesca” foi apresentado durante a Semana do Pescador no dia 24 de maio de 2024, pelas 19 horas, na alameda junto à Igreja de Nosso Senhor dos Navegantes, em Vila do Conde. A apresentação contou com a presença de Abel Coentrão (Bind’o Peixe) e Olívia Marques da Silva (ESMAD).
Vídeo do lançamento do livro “Rumo à Pesca” durante a Semana do Pescador de Vila do Conde, Caxinas TV.
O livro “Rumo à Pesca” foi impresso e finalizado em finais de Maio de 2024 na Norprint. A impressão decorreu durante o período de dois dias e o livro foi finalizado uma semana depois. O livro foi impresso em quadricromia e finalizado com uma capa dura estampada e uma sobrecapa à francesa.
O projeto Sardinha iniciou a sua itinerância sob a forma de uma exposição no Centro de Artes de Sines em 4 de maio de 2024. Esta é a segunda exposição deste projeto, depois de ter sido exposto em 27 de junho de 2023 no Diana Bar na Póvoa de Varzim.
“O som do mar ouve-se dentro da capela da Fortaleza na Póvoa de Varzim“
No dia 22 de Fevereiro de 2024, O JN publicou uma entrevista, dentro do âmbito do programa do evento literário Correntes d’Escritas, sobre a instalação Búzio.
“Há uma programação que acompanha o debate literário do Correntes d’Escritas, que decorre na Póvoa de Varzim até domingo. A instalação sonora “Búzio”, do artista Helder Luís, acontece à margem do certame e permite ter a experiência de ouvir o som do mar dentro da capela da Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição.”