Projeto de fotografia dedicado a capturar a força e a beleza da água. O título deste projeto é o meu reconhecimento da influência de Frank Loyd na minha percepção do equilíbrio entre a natureza e o ser humano. Frank Loyd Right foi, na minha opinião, um dos arquitetos que melhor estabeleceu esse equilíbrio, provando que o homem pode coexistir com a natureza, associando-se a ela, colaborando, e não apenas a explorando.
“God is the great mysterious motivator of what we call nature, and it has often been said by philosophers, that nature is the will of God. And I prefer to say that nature is the only body of God that we shall ever see.”
Frank Lloyd Wright
Obviamente, o seu projeto mais emblemático, a casa “Falling Water” acaba por ser a inspiração para o título deste projeto. Mas mais do que um título, é uma ideia, ou melhor, uma forma de entender a natureza, integrando-a na obra artística.
“I believe in God, only I spell it Nature.”
Frank Lloyd Wright
O meu relacionamento com o tema da água não é novo. Tenho vindo a estudar o elemento água há mais de 10 anos. Este elemento é a chave para a vida e, portanto, não é de surpreender que esteja frequentemente presente em temas que lidam com a nossa origem e a nossa presença neste planeta. Ao longo dos anos, fiquei particularmente interessado no trabalho de pessoas muito especiais, como Viktor Shauberger, Rudolf Steiner, Massaru Emoto, entre outros.
Viktor Shauberger dedicou a sua vida a estudar a água e, ao longo dos anos, inventou vários sistemas de purificação de água, propulsão e geração de energia. Tudo o que ele fez tinha apenas uma fonte de inspiração: a natureza.
“Comprehend and copy nature.”
Viktor Schauberger
Para ele, a água era a chave para todo o conhecimento e, na minha opinião, não estava longe da verdade.
“The upholder of the cycles which sustain all Life is water. In every drop of water dwells a deity whom indeed we all serve. There also dwells Life, the soul of the primal substance – water – whose boundaries and banks are the capillaries that guide it, and in which it circulates. Every pulse beat arising through the interaction of will and resistance is indicative of creative work and urges us to care for those vessels, those primary and most vital structures, in which throbs the product of a dualistic power – Life.”
Viktor Schauberger
Rudolf Steiner também contribuiu consideravelmente para a nossa compreensão da natureza e do ser humano.
“All of nature begins to whisper its secrets to us through its sounds. Sounds that were previously incomprehensible to our soul now become the meaningful language of nature.”
Rudolf Steiner
Além desses autores, quase todos as filosofias orientais (budistas, taoístas e outras) usaram a imagem das quedas de água como um exemplo de mudança e impermanência.
As quedas de água são um tema recorrente na cultura universal. Podemos observar a sua influência no taoismo em que a montanha e a queda de água caem em oposição com o yin e o yang, e reflete-se na forma como o seu movimento descendente se alterna com o movimento ascendente da montanha, e seu dinamismo alterna com a impassividade da montanha.
As quedas da água também significam, na filosofia budista, a impermanência em oposição à imutabilidade. Embora a queda de água como entidade continue a existir, ela nunca permanece a mesma. As gotículas de água que a compõem são renovadas a cada segundo.
A queda de água é também o movimento elementar e indomado das correntes de força que devem ser dominadas e controladas, no ponto de vista da evolução espiritual.
Desde os tempos antigos, na cultura ocidental e mundial, a água tem sido nas artes um tema permanente. O tema da água (incluindo neve e gelo) flui em toda a literatura, poesia, arte, teatro, música e cinema. As imagens podem ser duradouras, esteticamente atraentes ou ameaçadoras em si mesmas. Como alternativa, a água (por exemplo, o mar) pode ser uma metáfora para o nascimento e renascimento, violência e morte, autodescoberta, jornada espiritual, metamorfose, mudança, inspiração e renovação.
As minhas referências para este projeto estão mais relacionadas, como explicado acima, com o tema da água como elemento do que outro tipo de referência. No entanto, existem vários exemplos de artistas que usaram a água nas suas obras e que me influenciaram ao longo dos anos. Lembro-me de Eadwears Muybridge, Ansel Adams, Bill Viola, Hiroshi Sugimoto, Nobuo Asada, entre outros.
“The true foundation of all culture is the knowledge and understanding of water.”
Viktor Schauberger