
Uma reflexão sobre o pânico, o desespero e a entrega da própria vida a um mar que nos abraça pacificamente até ao momento da derradeira fronteira espiritual, a morte.
O resultado final assemelha-se a um sonho no qual sabemos que provavelmente nos vamos afogar e morrer. Conseguimos sentir o ar a abandonar os nossos pulmões e o medo a dominar-nos. Tentamos voltar à tona da água e gritar, mas não há ninguém para nos ouvir, apenas uma imensidão azul e, então, começamos a nadar,
a batalhar e a agitar-nos para conseguirmos respirar novamente. Mas tudo é inútil. Passado algum tempo, nada mais podemos fazer para nos libertarmos deste estado de desespero
e tudo o que nos resta é esperar pela morte. Surpreendentemente, num instante antes de morrer, somos inundados por uma emoção que nos faz ansiar pelo calor da luz e pelo conforto do desconhecido familiar.
Dedicado a todos os que perderam a vida no mar.

A instalação, inaugurada a 24 de novembro de 2018, esteve em exibição na Solar – Galeria de Arte Cinemática, no espaço CAVE, dedicado a autores emergentes. Em paralelo, foi também inaugurada a exposição dedicada ao artista Rui Toscano, composta principalmente por instalações vídeo. A abertura contou ainda com um concerto de Rafael Toral, músico e compositor com uma longa trajetória de colaboração com ambos os artistas.