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Entre redes e histórias, pescando memórias

Conversa à volta do livro e da exposição sardinha com Helder Luís e cinco mestres da pesca do cerco: Agonia Torrão (Deus não Falta), Alberto Arteiro (Mestre Lázaro), Alberto Torrão (Fátima Torrão), Álvaro Leite (Virgem Santíssima) e Josué Coentrão (Mar Eterno).

O Diana Bar recebeu, este sábado, a tertúlia “Entre redes e histórias, pescando memórias”, uma iniciativa criada a partir do livro Sardinha e da exposição inspirada pelo mesmo, aberta ao público até dia 31 de Agosto.
A tertúlia contou com a participação do autor da obra, Hélder Luís, da Vereadora do Pelouro do Turismo da Câmara Municipal, Lucinda Amorim, assim como de alguns mestres locais da pesca do cerco.
No âmbito de uma residência artística na Póvoa de Varzim, e durante o período de quatro anos, Helder Luís percorreu o mar português a bordo de várias embarcações, a partir de quase todos os portos de pesca do país, acompanhando a vida no mar de muitas tripulações.
Esta viagem sem guião, visou colocar em evidência a dimensão nacional da pesca da sardinha, a pesca das pescas do mar português, e dar expressão a uma saga humana ainda invisível, com exceção das notícias de naufrágios e dos debates sobre a escassez do recurso.
No formato de exposição itinerante, com imagens, infografias e outros conteúdos provenientes do livro, este pretende chegar a mais pessoas, que assim poderão passar a conhecer a dimensão e a arte da pesca do cerco.

https://www.cm-pvarzim.pt/comunicacao/noticias/entre-redes-e-historias-pescando-memorias/

Cartaz do evento.

Na língua da maré apresentado na Nazaré

Apresentação do livro “Na língua da maré” de Abel Coentrão e Helder Luís, com João Delgado e Célia Quico, na 48° Feira do Livro da Nazaré

“Na Língua da Maré, Crónicas de mar e mareantes“ foi produzido e publicado em 2022 para assinalar os 80 anos da Mútua dos Pescadores. Um livro muito bem pensado, muito bem produzido, muito bom de se ver e de se tocar: 

– com belos textos, fotos maravilhosas e com um design irrepreensível.

Os responsáveis da Mútua dos Pescadores colocaram como objectivos desta publicação contribuir para “uma melhor compreensão do peso simbólico, económico, social e político do sector marítimo em Portugal” e também a valorização das “vidas das pessoas e das comunidades que são” – e cito – “a razão de ser desta cooperativa de utentes de seguros”. E na minha perspectiva, de humilde leitora, estes objectivos foram plenamente cumpridos – até mesmo em muito superados.

O livro leva-nos numa viagem ao longo da costa portuguesa, com paragens em terras-mar como Caxinas, Vila Chã, Afurada, Peniche, Praia da Vieira, Nazaré, Câmara de Lobos, Caniçal, Ponta Delgada, Rabo de Peixe, Fonte da Telha, Sines, Sagres, Quarteira, Santa Luzia, Olhão, Culatra, sempre reflectindo sobre a sustentabilidade ambiental, social e económica destas comunidades marítimas de Portugal.

Os autores apresentam-nos a mulheres e homens do mar, como Eugénia Cardoso de Peniche, Sandra Lázaro do Sado, Maria de Lurdes Baptista de Vila Franca do Campo em São Miguel, José Serrão do Caniçal na Madeira, Manuel Vieira Moniz de Rabo de Peixe em São Miguel, Trajano Martins de Sagres, entre outros…

Assim, os autores dão a conhecer pescadores e pescadoras, mas também outras profissões do mar, em particular as novas profissões, como as que estão associadas ao cultivo e transformação de algas para alimentação humana, à observação de cetáceos, à captura e criação de tubarões para grandes aquários, entre outros… 

A páginas tantas (mais exactamente, na página 17), lemos o seguinte:

“o pescador precisa de trabalhar mais com a cabeça e menos com a força dos braços” 

– disse Jerónimo Viana das Caxinas.

Julgo que esta é uma das frases-chave deste livro.

E aqui já encontramos algumas respostas a este desafio.

Vejam o exemplo dos apanhadores de percebes das Berlengas e da Co-Pesca, que levam a cabo “um mecanismo de decisão partilhada, controlo e acompanhamento das capturas”, como escreve Abel Coentrão, tendo em vista a “sustentabilidade da espécie e de quem dela vive”.

Ou o exemplo dos armadores de Sesimbra e da Artesenal Pesca, uma cooperativa que valoriza as pescarias dos seus cooperadores, possuindo uma fábrica de filetagem e congelação de peixe, algo único no contexto português, escreve Abel Coentrão.

E ainda o exemplo vindo dos Açores, ilustrado por Paulo Silva, que criou a empresa Há Mar para organizar passeios e sessões de pesca turística, mantendo a sua actividade profissional de pesca, desta forma diversificando as suas fontes de rendimento e também contribuindo para a economia local.

Uma nota final: quando estava a ler este livro em Junho passado, por coincidência também estava a ler outro livro de crónicas de mar e mareantes: “Os Pescadores” do Raúl Brandão, publicado em 1923. E se é possível – e quase inevitável – identificar semelhanças do livro de Raúl Brandão com este de Abel Coentrão e Helder Luís, também é possível – julgo que desejável – assinalar as diferenças. Se Raúl Brandão como que pinta grandes panorâmicas, grandes paisagens marítimas, por vezes se aproximando dos homens e mulheres do mar, mas mantendo uma certa distância, de certa forma reduzindo as pessoas a figuras-tipo ou a figurantes de um épico possível num pais periférico e pobre …

No caso de Abel Coentrão e Helder Luís temos outro tipo de perspectiva, com maior proximidade, mas não esquecendo a devida contextualização histórica e sócio-económica. Aqui temos grandes panorâmicas, mas também planos médios, planos aproximados e até muito aproximados – verdadeiros close-ups, retratos próximos de homens e mulheres do mar. Esta proximidade – até mesmo esta profunda empatia com os mareantes – é das marcas fortes deste livro, que nos inspira a descobrir ou redescobrir o nosso país e as nossas gentes, com o mar, sempre com o mar… 

Célia Quico

Inauguração da exposição “Sardinha”, na Póvoa de Varzim

Este exposição surge no seguimento da publicação do livro Sardinha que documenta a pesca do cerco, mais conhecida pela pesca da sardinha, e os homens que dela fazem parte. Durante quatro anos, no âmbito de uma residência artística na Póvoa de Varzim, Helder Luís percorreu o mar português a bordo de várias embarcações, a partir de quase todos os portos de pesca do país, acompanhando a vida no mar de muitas tripulações. Uma viagem sem guião, que coloca em evidência a dimensão nacional da pesca da sardinha, a pesca das pescas do mar português, mas também uma saga humana pouco mais do que invisível, a não ser quando há notícia de naufrágios ou quando se reabrem os debates sobre a escassez do recurso. 

Agora, no formato de exposição itinerante, imagens, infografias e outros conteúdos provenientes do livro sardinha chegarão a mais pessoas que poderão assim conhecer a dimensão e a arte da pesca do cerco.

A exposição foi inaugurada no dia 27 de junho, pelas 17 horas, no Diana Bar, na Póvoa de Varzim. A exposição ficou aberta ao público até ao dia 31 de Agosto de 2023.

Fotografias de Pedro Mesquita / CMPV

“Na língua da maré” apresentado na Semana do Pescador em Vila do Conde

O livro “Na Língua da Maré” da autoria de Abel Coentrão e Hélder Luís foi apresentado pela bióloga Joana Xavier no domingo 28 de Maio na Semana do Pescador, em Caxinas, Vila do Conde. Um evento organizado pela CM de Vila do Conde com o apoio da Bind’o Peixe. Para além dos autores, a apresentação contou também com a presença de João Delgado (Presidente da Mútua dos Pescadores)

Livro “Sardinha” apresentado no Museu Marítimo de Ílhavo

O livro “Sardinha – o sem fim da pesca do cerco” foi apresentado sábado dia 24 de Junho no Museu Marítimo de Ílhavo dentro do programa do evento Tanto Mar. A apresentação este a cargo do director do museu, Nuno Miguel Costa.

Tanto Mar que entra pelo Museu adentro! Navega-se pelas aventuras da pesca do bacalhau e põe-se a imaginação a trabalhar. Pescam-se algumas ideias, descobrem-se tesouros e os segredos do fundo do mar.

Dias 23 e 24 de junho, o programa “Tanto Mar!” divide-se entre o Museu Marítimo de Ílhavo e o Centro de Religiosidade Marítima, com uma Conversa de Mar, a apresentação de um livro, uma oficina e ainda uma tertúlia.

Programa

23 de junho (sexta-feira)

21:30
Tertúlia – Memórias Viajantes: Senhor Jesus dos Navegantes

24 de junho (sábado)

10:00 – 13:00
Oficina de Nautimodelismo – Veleiro Estático (sessão 2)

17:00
Conversa de Mar: “Cem anos de investigação da Sardinha Ibérica em portugal: da biologia às pescas”
“Sardinha”, apresentação do livro de Helder Luis

“Na língua da maré” apresentado em Setúbal

5 de março em Setúbal

Dez anos volvidos sobre edição da obra “Mútua dos Pescadores: Biografia de uma Seguradora da Economia Social”, da autoria de Álvaro Garrido, editada pela Âncora, surgiu um novo desafio para complementar aquilo que ainda não estava escrito, o que ainda não tinha sido dito, rostos e paisagens que ainda não tinham sido captados, mas que são a substância e a razão de ser da Cooperativa.

Esqueça, por momentos, a monotonia dos búzios.
Por esta costa fora, homens e mulheres que ousaram enfunar o peito e deixar para trás a praia da infância são, acredite, melhor refúgio para um mar que não fala, mas que se espraia, múltiplo, nas vozes dos que lhe sobrevivem.
Palavras de quem, de terra, as escuta e as guarda, num labor de salgador de memórias!
Aproxime o ouvido. No mundo, não há apenas três, mas quatro tipos de seres humanos: os vivos, os mortos, os que vivem no mar e os que aguardam, na inquietude das aves, sinais do seu regresso, para os procurar na língua da maré.

Abel Coentrão

Na “Língua da Maré, Crónicas de mar e mareantes“, foi uma obra de grande fôlego, produzida durante o ano de 2022, para assinalar os oitenta anos da Mútua dos Pescadores, da autoria de Abel Coentrão, jornalista e Helder Luís, fotógrafo e designer.

Foi apresentada na Sessão de Encerramento das comemorações do 80.º Aniversário, na Gare Marítima de Alcântara, em Lisboa, e estamos cientes de que contribuirá para uma melhor compreensão do peso simbólico, económico, social e político do sector marítimo em Portugal, e que, através dele, se valorizem também as vidas das pessoas e das comunidades que são, desde o primeiro dia, a razão de ser desta cooperativa de utentes de seguros fundada em 1942.

O livro seguirá o seu caminho próprio, mas a Mútua faz questão de o apresentar nalguns locais, estando já previstas sessões em Setúbal, Peniche, Vila do Conde, Nazaré e Sesimbra.

Algumas destas sessões serão integradas em iniciativas mais amplas, que contarão com o espetáculo “Maré”, criado pela cooperativa cultural Sons Vadios para assinalar os 80 anos da Mútua, estreado na sessão de encerramento, em novembro. Também o Coro Mútua participará nalguns momentos.

O Livro será distribuído pela Editora Âncora, esteja atento!
https://www.ancora-editora.pt/

Ficha técnica
Edição: Mútua dos Pescadores
Conceção: Abel Coentrão e Helder Luís
Texto: Abel Coentrão
Fotografias e design gráfico: Helder Luís
Revisão: Mário Azevedo
Produção: Abel Coentrão e Mútua dos Pescadores
Impressão e acabamentos: Norprint – a casa do Livro
Distribuição: Âncora Editora